Durante a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP28), que ocorreu no final do ano passado, em Dubai, nosso head de Sustentabilidade e diretor-executivo do Instituto Itaúsa, Marcelo Furtado, esteve presente no evento, acompanhando as principais discussões e lançando, junto a outras empresas, o primeiro Índice de Vulnerabilidade Municipal a Eventos Climáticos.
Com dados de todas as cidades do país, o indicador revela quais localidades brasileiras mais devem sofrer as consequências das mudanças do clima. O índice faz parte da Ação Climática, iniciativa inédita de suporte à adaptação dos municípios, que também inclui um checklist de adaptação e preparação para emergências e um programa-piloto de consultoria municipal.
A partir de sua experiência na COP28, Marcelo traz uma análise geral dos resultados da Conferência. Para ele, algumas das boas discussões e avanços que ocorreram no evento foram:
1) A adoção do Consenso dos Emirados Árabes, que estabelece as fontes e os setores prioritários para a redução de emissão dos gases de efeito estufa, o Global Stocktake.
2) O compromisso de triplicar a capacidade instalada de energias renováveis, duplicar a taxa média anual global de eficiência energética e as discussões sobre o papel dos combustíveis alternativos de baixo carbono.
3) A instituição do Fundo de Perdas e Danos, que ajudará a compensar os países vulneráveis que enfrentam perdas e danos causados pelas alterações climáticas. Para a operacionalização do fundo, até o final da conferência, já havia sido arrecada em torno de U$D 700 milhões.
4) O apoio, por mais de 160 países, incluindo o Brasil, a uma declaração sobre sistemas alimentares e produção agrícola que originará, até a COP30, um plano global sobre o assunto.
“Um dos temas em que o Brasil se destacou foi com relação a reversão do desmatamento e degradação florestal, sendo o único país a reportar uma diminuição em 2023. Na COP28, o País lançou um fundo global para pagamento por florestas em pé, que pode beneficiar 80 países ricos em natureza”, comenta Marcelo.
Foi reafirmada a necessidade de engajamento do setor financeiro para investir nas florestas em pé e em soluções baseadas em natureza como restauração e pagamento por serviços ambientais.
O papel-chave do setor financeiro
Durante a Conferência, seis organizações civis da sociedade brasileira, dentre elas o Instituto Itaúsa, aproveitaram para apresentar ao Ministério da Fazenda a proposta de um Fórum de Finanças Climáticas, que será realizado nos dias 26 e 27 de fevereiro deste ano, em São Paulo (SP), para debater o investimento em soluções para a crise climática e na bioeconomia. O evento acontecerá em paralelo à reunião de ministros de Finanças do G20 – um dos principais fóruns de coordenação geopolítica do planeta, composto por 19 países que representam 85% do PIB global e 80% das emissões de gases de efeito estufa.
“Ao longo deste ano e no próximo, o Brasil ocupará um lugar importantíssimo no cenário internacional sobre as discussões relacionadas ao clima e natureza, pois presidirá o G20 e, em 2025, sediará a Conferência do Clima (COP30). Esse contexto é uma importante oportunidade para criar diálogos para redesenhar a economia global para que ela seja positiva para o clima, para a natureza e para as pessoas. Isso passa pelo papel-chave do setor econômico-financeiro como parte da solução. E, por meio do Instituto Itaúsa, com nossas competências e capacidades de articulação, vamos contribuir para fazer isso acontecer no mundo real e na economia real”, destaca Marcelo.
O propósito central do Fórum é consolidar a conexão do desenvolvimento com uma transição econômica sustentável e justa, reunindo integrantes do setor privado, academia, sociedade civil, filantropia e organismos multilaterais, estimulando reflexões a serem endereçadas aos representantes do G20 e da COP30 como transição energética, bioeconomia, arquitetura do setor financeiro, entre outros.
“A economia global é 100% dependente da natureza e a crise climática requer soluções urgentes. As atividades do Fórum de Finanças Climáticas promoverão ações com impacto positivo para o clima, a biodiversidade e as pessoas. A participação ativa da Itaúsa, por meio do seu Instituto, demonstra o nosso compromisso em continuarmos sendo parte da solução dessa agenda e fazendo a diferença como agentes de transformação”, ressalta o executivo.
Acompanhe a nossa edição de fevereiro para saber como foi o Fórum de Finanças Climáticas!